Biogás deve crescer no agronegócio
País tem potencial para produzir 23 bilhões de m³/ano; maior parte seria aproveitada nos setores sucroenergético e de alimentos
Data da notícia: 02/08/2016 às 08:38

19.07.2016] 17h16m / Por Lívia Neves

Uma política pública para o desenvolvimento do biogás no Brasil deveria focar, inicialmente, no agronegócio, defende a Abiogás. A associação estima, de forma conservadora, potencial de 12 bilhões de m³/ano no setor sucroenergético e de 5 bilhões de m³/ano no segmento de agronegócio de alimentos. Os dados constam na proposta do Programa Nacional do Biogás e do Biometano.

A ideia é que esses setores tenham uma oportunidade especialmente interessante de aproveitar o energético, porque são grandes consumidores de energia e produzem volumes constantes de biomassa.

Só a produção do agronegócio de alimentos, por exemplo, corresponde a cerca de 37% do consumo de energia no Brasil, segundo a associação, considerando 190 TWh (16 milhões de toe) dos 500 TWh (42 milhões de toe) consumidos anualmente no país.

Com 5 bilhões de m³/ano de biogás, produtores e agroindústrias poderiam gerar em torno de 12 TWh/ano, considerando que com 1 m³ de biogás gera-se 2,30 kWh de energia elétrica. Ou seja, os segmentos têm um grande potencial de se tornarem autoprodutores.

Mas é no setor sucroenergético que está a maior parte do potencial nacional de produção do biogás. O segmento já demonstrou os ganhos com o aproveitamento do bagaço de cana-de-açúcar para geração de energia, que tem participação de 7% na matriz elétrica brasileira. No caso do biogás, a produção de combustível também poderia ser destinada ao abastecimento das frotas e equipamentos das usinas de cana, substituindo o consumo de diesel.

Considerando o tamanho das usinas de açúcar e etanol, é possível instalar térmicas a biogás de 10 MW a 50 MW. Recentemente, a Raízen viabilizou uma usina a biogás de 20,8 MW na Unidade Bonfim, localizada em Guariba (SP), que produz açúcar e etanol. A companhia negociou a usina no A-5 deste ano, a R$ 251/MWh.

Resíduos sólidos urbanos

Ao todo, o potencial brasileiro, que inclui ainda o setor de resíduos (3 bilhões de m³/ano), somaria 20 bilhões de m³/ano. Embora o documento apresentado pela associação proponha uma política pública específica para o agronegócio, a Abiogás defende que as fontes de biomassa residual do meio urbano não devem ser descartadas, como resíduos orgânicos, esgotos  e de outros setores da economia, como as indústrias que produzem efluentes.

A “escolha” pelo agronegócio estaria, portanto, concentrando esforços em uma abordagem específica para cada setor. E a priorização do agronegócio considera modelos de negócios e interessados específicos – a ideia é que um número maior de pessoas seria beneficiado pelo desenvolvimento do biogás no setor.

Descentralização

Uma vantagem estratégica apontada pela Abiogás é de que o aproveitamento do energético pode gerar investimentos em infraestrutura para distribuir combustível equivalente ao gás natural às áreas ainda não atendidas pela rede de gasodutos.

Do lado da geração de energia elétrica, a mesma lógica seria válida, já que o potencial está em locais considerados “finais de linha” dos sistemas de distribuição e a injeção de energia na rede poderia ajudar a elevar a qualidade do abastecimento nesses locais.

Propostas

A associação apresentou recentemente o PNBB para o ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Filho. Entre os objetivos da criação de uma política pública para incentivar a expansão do biogás, estão a complementaridade da oferta de energia térmica, elétrica e combustível no Brasil; difusão do conceito de descentralização da produção de energia elétrica e de combustível; viabilização da mistura do biometano nas redes de distribuição do gás natural; melhoria da confiabilidade da distribuição de energia elétrica; e redução da dependência de diesel, GLP e gás natural importados.

Clipping de estratégias de mercado da diretoria da RS Óleo,Gás & Energia

Fonte:  http://brasilenergiaog.editorabrasilenergia.com © Editora Brasil Energia

 Foto: internet/divulgação

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