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A ANP quer viabilizar uma nova alternativa de financiamento para operadoras de campos onshore em produção. A agência deve inserir em uma resolução sobre cessão de contratos, que entrará em consulta pública entre o fim de julho e o início de agosto, as regras que vão possibilitar às operadoras tomarem os recursos com bancos dando as reservas com garantia.
Hoje essa modalidade – conhecida como reserve base lending – não é viável porque se o tomador deixar de pagar o empréstimo e o banco consequentemente executar a garantia, a licença ambiental do empreendimento não pode ser transferida para um operador provisório a ser contratado pela instituição financeira para gerenciar o projeto até sua venda.
De acordo com o coordenador de Áreas Terrestres da ANP, José Fernandes de Freitas, a viabilização dessa nova linha de financiamento é um dos itens previstos pelo Reate, programa para revitalizar a indústria onshore no Brasil. Essa alternativa de funding é importante para destravar este segmento da indústria.
O desenvolvimento do onshore brasileiro hoje está condicionado ao sucesso do plano de desinvestimentos da Petrobras. Tradicionalmente, o esforço exploratório desse segmento se desenvolve financiado pelo fluxo de caixa das atividades de produção. No Brasil, no entanto, isso não ocorre porque o onshore é praticamente todo Petrobras, cujo foco são os investimentos em águas ultraprofundas.
Esse ciclo, na avaliação do executivo, será rompido com a venda de ativos da Petrobras. Ele disse que a agência se aproximou da Petrobras para ajudar nos possíveis problemas que podem aparecer durante o processo.
Outro entrave ao onshore é o fim do prazo dos contratos de concessão dos campos que estão concedidos à Petrobras. Como a maior parte é oriunda da rodada zero, os contratos estão terminando, o que gera receio por parte dos potenciais compradores quanto à sua renovação.
“A ampliação dos prazos contratuais não é um bicho de sete cabeças desde que o novo operador apresente um plano de desenvolvimento. Estamos trabalhando para que isso (a ampliação) seja transformado em resolução da ANP”, afirmou Freitas.
Nesta sexta-feira (29/6), a ANP realiza audiência pública para construção da proposta de resolução de redução de royalties em produção incremental em campos maduros. Esse é mais um item que pode ajudar a destravar os investimentos onshore no país, na avaliação de Freitas.
A EPE estima em 1,5 bilhão de boe a 5 bilhões de boe o volume recuperável de petróleo e gás no onshore brasileiro. O país fechou 2017 com reservas 1P de 597 milhões de barris e cinco descobertas comunicadas à ANP. A produção está na casa dos 130 mil barris/dia, um declínio de cerca de 40% em relação a 2000, quando a produção registrou 210 mil barris/dia.
Por Última atualização em 27/06/2018
Fonte: Brasil energia Petróleo