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[24.10.2016] 09h00m / Por Gabriela Medeiros
A Spectrum planeja novas campanhas sísmicas no Brasil nas bacias Potiguar, Paraíba-Pernambuco e Jacuípe. Em entrevista exclusiva à Brasil Energia Petróleo, João Correa, country manager da companhia no Brasil, comentou a recente decisão de adquirir parte da biblioteca brasileira da Dolphin. Focada em levantamentos multiclientes, a companhia hoje conduz uma campanha 2D em Campos e Santos, visando à 14ª Rodada.
Porque o interesse em adquirir dados brasileiros da Dolphin?
Estamos com projetos nas Bacias de Campos e Santos, e os dados da Dolphin são complementares a eles. O objetivo da compra foi potencializar os nossos dados no Brasil. Já estamos chegando a quase 75% dos levantamentos no pré-sal de Santos e Campos, e pretendemos terminar até o final do ano.
Recentemente vocês concluíram um levantamento nas bacias da Foz do Amazonas e Pará-Maranhão. Qual sua opinião sobre a região?
Os dados já estão no final do processamento, transformando-se em produtos comerciais. Apesar do sucesso da 11ª Rodada, a Margem Equatorial ainda não foi tocada por poços, mas existem descobertas na Guiana que mostram que aquela região é promissora. Por isso, acreditamos que será incluída na 15ª rodada. Essa é uma região que ainda vai trazer grandes surpresas para o Brasil.
Quais serão as próximas campanhas da Spectrum no país?
Estamos aguardando liberação do licenciamento ambiental para um levantamento na Bacia Potiguar, que deve ser a próxima, e depois virão Paraíba-Pernambuco e Jacuípe, dependendo do ritmo do licenciamento. A Spectrum busca áreas de novas fronteiras, onde ainda não há muito volume de dados. Jacuípe já foi ofertada algumas vezes pela ANP; é a continuidade de Sergipe-Alagoas, onde já temos bastante dados, e acreditamos que ambas têm as mesmas características. Já Paraíba-Pernambuco é o elo entre Alagoas e Potiguar, e quase não há dados disponíveis. Nossa avaliação é que essa bacia tem potencial.
Como vocês enxergam a situação atual do licenciamento ambiental brasileiro?
As coisas estão melhorando bastante. Tivemos uma fase difícil, com retardos anômalos, principalmente por estarmos em áreas novas, com menos conhecimento do que as bacias tradicionais. É natural que a gente passe por um momento de adaptação. Entendemos o lado dos órgãos ambientais, que têm pouca informações sobre algumas áreas. Existe a necessidade de dados ambientais de base para suportar um licenciamento seguro, mas, por outro lado, o momento da licença não é o ideal para este tipo de pesquisa. O Estado tem que encontrar uma maneira de fazer pesquisa que não seja no momento da sísmica.
A Spectrum está otimista com a sinalização de novas rodadas em 2017?
Toda a indústria está com esperança. É positiva a sinalização de que haverá leilões regulares, mas o prazo entre o anúncio dos blocos e a rodada não pode ser só de quatro meses. Não dá para fazer uma sísmica para preencher as lacunas dos blocos ofertados nesse tempo. É necessário ter rodadas regulares, contínuas, com um o prazo entre o anúncio e a rodada de pelo menos um ano. Com isso, o sucesso do leilão seria maior, e as ofertas teriam maior qualidade técnica e econômica.
Clipping de estratégias de mercado da diretoria da RS Óleo,Gás & Energia
Fonte: http://brasilenergiaog.editorabrasilenergia.com © Editora Brasil Energia
Foto: internet/divulgação